Criptomoeda segue correlacionada ao S&P500 e, por isso, altamente dependente do desempenho das bolsas americanas
Graças ao desempenho das bolsas dos Estados Unidos, que reagiram positivamente à ata do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, divulgada ontem, o Bitcoin (BTC) é negociado pelo terceiro dia consecutivo acima do patamar de US$ 20 mil, visto por analistas como um nível importante para que a criptomoeda afaste chances de fazer novas mínimas. Às 7h, a moeda digital operava a US$ 20.544, com alta de 1,9% nas últimas 24 horas.
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Investidores viram com bons olhos a maior preocupação do Fed com a inflação do que com o risco de recessão. Luiz Adriano Martinez, gestor de portfólio da Kilima Asset, apontou que o medo de EUA virem a economia retrair no curto prazo não se mostrou no documento – ao contrário, o BC americano “afirmou que vê a atividade econômica ainda bastante forte”.
O Bitcoin não foi correlacionado aos mercados tradicionais durante a maior parte de sua história, o que acabou atraindo investidores que desejavam se proteger de recessão. No entanto, isso mudou desde março de 2020, quando a correlação do BTC com as bolsas dos EUA, especificamente o S&P 500, se fortaleceu, segundo dados da Coin Metrics.
“A correlação atingiu um novo recorde histórico no segundo trimestre de 2022, com o BTC e as ações dos EUA se movendo quase em sincronia”, escreveu a Coin Metrics em um boletim informativo. “Ao mesmo tempo, o BTC se moveu cada vez mais na contramão de índices de risco, como o VIX”.
Apesar de respirar acima dos US$ 20 mil, analistas de criptomoedas seguem vendo poucas chances de recuperação do Bitcoin no horizonte de curto prazo, salvo se houver uma virada abrupta da tendência de inflação no mundo.
“Há uma carnificina lá fora”, disse David Nage, gestor de portfólio da empresa de gestão de ativos Arca. “Tem Celsius, tem Voyager, tem a BlockFi [empresas cripto próximo da insolvência]. Tem várias manchetes diferentes nos últimos meses”, afirmou Nage, em referências a plataformas cripto que entraram em crise nas últimas semanas, afetadas pela derrocada do hedge fund Three Arrows Capital.
No entanto, o gestor também vê como positiva a capacidade de o Bitcoin se manter entre US$ 18 mil e US$ 20 mil no último mês. “O Bitcoin se manteve estável em torno desse padrão de negociação”, ressaltou, destacando que a empresa enxerga os ativos digitais tendo um efeito duradouro no longo prazo, “capaz de mudar sistemas econômicos”.
Apoiadas pela sustentação de preço do Bitcoin, algumas altcoins operavam em alta nas primeiras horas da manhã de hoje, com destaque para Ecomi (ECOMI), Avalanche (AVAX) e Evmos (EVMOS), que sobem entre 4,5% e 6,4%. Já entre as criptos com maior valor de mercado, o melhor desempenho é do Ethereum (ETH), que avança 3,6% e vai a US$ 1.186,92 após uma versão experimental da blockchain executar com sucesso a atualização que abandona o mecanismo usual de mineração.
Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h:
As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:
As criptomoedas com as maiores quedas nas últimas 24 horas:
Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:
Veja as principais notícias do mercado cripto desta quinta-feira (7):
O fundador e CEO da exchange KuCoin, Johnny Lyu, disse ontem que a empresa não está em crise e que tem Bitcoin suficiente para honrar saques, negando boatos que circularam no Twitter sobre uma suposta insolvência da plataforma, baseados em dados de casas como a Glassnode.
“A maioria das ferramentas de rastreamento on-chain não pode apresentar o saldo exato das exchanges porque muitos endereços não são rotulados na blockchain”, disse Lyu ao CoinDesk em uma conversa via Telegram.
“Como resultado, muitas ferramentas de rastreamento online, incluindo a Glassnode, calcularam mal o saldo da KuCoin (e talvez de outras exchanges também)”, disse.
Lyu disse que os dados corrigidos fornecidos à Glassnode e outras casas de research agora exibem com precisão o saldo de Bitcoin da exchange, que estaria entre 15.000 e 20.000 BTC, não os poucos milhares indicados anteriormente.
Um desenvolvedor líder por trás da popular criptomoeda meme Shiba Inu (SHIB) disse ontem que o projeto planeja lançar uma stablecoin descentralizada, além de um token de recompensa chamado TREAT, bem como um jogo de cartas colecionáveis para seu metaverso.
Conhecido pelo pseudônimo Shytoshi Kusama, o desenvolvedor disse que “desenvolvedores independentes” estão criando uma stablecoin descentralizada chamada SHI, que “parece evitar os problemas encontrados em outros projetos que dispararam de preço” – uma provável referência à implosão de bilhões de dólares do Terra (LUNA).
A equipe espera compartilhar mais informações quando a stablecoin SHI se aproximar de sua versão final. O plano é lançá-la no final de 2022.
Uma ação coletiva movida no tribunal federal da Califórnia, nos Estados Unidos, na semana passada acusa os principais participantes da rede Solana de lucrar ilegalmente com token SOL), nativo da blockchain. De acordo com o processo, o criptoativo seria um valor mobiliário não registrado.
“O valor da criptomoeda SOL é proveniente da soma da Solana Labs, Solana Foundation e a gestão e implementação da blockchain Solana por [Anatoly] Yakovenko”, alega o processo. A justificativa é de que a criptomoeda é altamente centralizada e que beneficiou pessoas com informações privilegiadas (insiders) em detrimento dos investidores de varejo.
Ingressada pelo morador da Califórnia Mark Young, que disse ter comprado SOL por volta de agosto de 2021, a ação foi ingressada contra a Solana Labs (empresa de tecnologia por trás da rede Solana), a Solana Foundation, Anatoly Yakovenko, CEO e fundador da Solana, além da mesa de operações FalconX. O processo arrola ainda a gigante de criptomoedas Multicoin Capital e seu fundador, Kyle Samani.
O Ethereum realizou ontem a penúltima atualização em ambiente de teste antes da migração final para o mecanismo de Prova de Participação (Proof-of-Stake, ou PoS), que abandona o sistema tradicional de mineração.
O procedimento foi realizado com sucesso na rede de testes “Sepolia”. A migração leva o projeto um passo mais perto da atualização da rede principal do Ethereum, marcada para o final deste ano.
A primeira migração de teste aconteceu em 8 de junho na rede “Ropsten”. A última será realizada na testnet “Goerli”.
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