Visto
Paris (França)
2023-01-31T14:10:00.000Z
O estado de emergência sanitária, declarado quando a epidemia da covid-19 tomou conta dos Estados Unidos há três anos, terminará oficialmente em 11 de maio, anunciou a Casa Branca nesta segunda-feira (30/01).
Na véspera, a Organização Mundial da Saúde informou que mantém alerta máximo internacional para a epidemia. Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, a suspensão do nível de alerta máximo seria prematura. Já a França vai levantar as últimas restrições a partir de quarta-feira (01/02).
Duas declarações de estado de emergência foram feitas nos Estados Unidos: uma dita "nacional" e outra de "saúde pública".
O fim desses estatutos, que entraram em vigor em janeiro de 2020 sob a presidência de Donald Trump, levará ao fim dos subsídios federais para tratamentos contra a covid-19, seguros de saúde e outras ajudas governamentais relacionadas à pandemia.
Aliás, parte dos recursos federais para ajudar os norte-americanos durante a pandemia já terminou devido a decisões do Congresso. O restante dos fundos está sujeito a amargas discussões políticas.
Os legisladores republicanos que controlam a Câmara dos Deputados estão preparando projetos de lei que buscam acabar com os estatutos mais cedo: 1º de março para a emergência nacional e 11 de abril para a emergência de saúde pública.
Um fim precipitado do estado de emergência teria "consequências muito significativas para o sistema de saúde de nosso país e para as operações do governo", incluindo "caos e incerteza no sistema de saúde", alertou a Casa Branca em um comunicado à imprensa.
“Hospitais e lares de idosos, que se acostumaram com as flexibilidades permitidas por esses fundos de emergência, terão problemas sem o tempo necessário para retreinar seus trabalhadores e estabelecer um novo sistema de cobrança”, disse o comunicado.
Outro motivo dado para um período de aviso prévio de 60 dias é dar ao governo tempo para se preparar para o impacto da suspensão das medidas de emergência sobre a imigração na fronteira EUA-México, de acordo com o comunicado de imprensa.
Uma regra conhecida como 'Título 42', atualmente em vigor para permitir que qualquer estrangeiro ilegal interceptado na fronteira, incluindo potenciais requerentes de asilo, seja imediatamente expulso, só é legal devido à emergência sanitária. Acabar com esse status "precipitadamente" levará a "um afluxo adicional considerável de migrantes".
A Casa Branca diz que quer acabar com o "Título 42" e substitui-lo por outro mecanismo legal para controlar o fluxo de possíveis imigrantes, mas diz que precisa de tempo para fazer isso.
O governo dos Estados Unidos está examinando a possibilidade de impor restrições aos viajantes procedentes da China, afirmaram na sexta-feira (27/01) fontes da administração, depois que Pequim flexibilizou as medidas anticovid.
As infecções dispararam na China à medida que as principais regras de sua rígida política de saúde foram suspensas, o que levou o governo norte-americano a expressar preocupação com a possibilidade de surgimento de novas variantes.
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São Paulo (Brasil)
2023-01-31T16:00:00.000Z
O presidente Lula encontrou com Olaf Scholz na última segunda-feira (30/01), para uma conversa que abordasse a guerra na Ucrânia e questões ambientais e climáticas. Foi a segunda visita de uma autoridade alemã ao Brasil em menos de um mês.
Em uma vídeo-reportagem intitulada "Scholz no Brasil: abrindo um novo capítulo", o jornal diário Süddeutsche Zeitung, de Munique, destacou que a mudança de poder no Brasil abre um "novo capítulo" para relações com a Alemanha.
Ao mencionar a volta de Lula no cenário mundial, o veículo chamou a atenção para uma das falas de Scholz, no qual o chanceler afirmou que, agora, "espera uma boa e longa colaboração" entre os países.
Nem todos os meios de comunicação alemães foram favoráveis aos resultados do encontro entre as autoridades, no entanto. O Tagesspiegel, jornal de Berlim, acredita que a reunião tenha representado uma "ducha fria para o chanceler".
"Olaf Scholz e Lula não andam 'lado a lado' como invoca a velha canção dos trabalhadores", afirmou o periódico.
O jornal diário afirma que Lula "não quer aderir à associação climática promovida por Scholz" por não concordar com leis alemãs de abastecimento, e critica a rejeição do presidente brasileiro ao pedido do chanceler para que o Brasil ajudasse temporariamente com munições para tanques antiaéreos Gepard que a Alemanha deu à Ucrânia.
Afirmando que a visita de Scholz tem como objetivo "aprofundar a relação que foi danificada sob Bolsonaro", a emissora internacional Deutsche Welle (DW), com sede em Bonn, enxerga o saldo da conversa como positivo em relação à cooperação econômica e apoio para a Amazônia.
A DW também enfatizou que o líder alemão é o "primeiro chefe de governo ocidental" a visitar o país depois das invasões de apoiadores de Jair Bolsonaro em Brasília, no dia 8 de janeiro.
Enquanto isso, o Die Welt, jornal editado em Berlim e distribuído em 130 países, também não deixou de destacar o desejo de abrir um "novo capítulo" de Scholz, mas afirmou que "as divergências [de pensamento dos líderes] sobre a Ucrânia amortecem a euforia".
O veículo diário ainda se mostrou crítico da posição de Lula, afirmando que o presidente do Brasil considerou, em suas falas, "a Ucrânia corresponsável pela guerra de agressão russa".
Já o Der Spiegel, uma revista de notícias semanal de Hamburgo, destacou, no título de sua matéria sobre o encontro, parte do discurso de Scholz onde o chanceler diz para Lula que "vocês [o Brasil] fizeram falta".
Ao apontar que o líder alemão foi "enfaticamente cordial na sua viagem ao presidente esquerdista Lula", a revista declara que o país europeu quer "participar de vários projetos no Brasil".
O jornal de maior circulação dentro da Alemanha, o Bild Zeitung, editado em Berlim, aderiu um tom oposto em seu título, dizendo: "Scholz falha com Lula no Brasil".
"A visita à capital, Brasília, correu bastante mal para Scholz", declarou o veículo, que alegou que o chanceler alemão teve que "ouvir Lula espalhar alegremente a propaganda de Putin" enquanto falavam sobre o conflito na Ucrânia.
Um dos jornais de circulação alemã mais respeitados no exterior, o Frankfurter Allgemeine Zeitung, por sua vez, destaca que Lula quer uma "associação da paz" para acabar com a guerra, apontando que "este não é o único ponto em que as divergências [entre os países] se tornam claras".
O veículo chamou a atenção para fala de Lula onde o presidente afirmou que a guerra "não é do interesse de ninguém", e a contrapôs com a de Scholz, que disse que essa "não era uma questão europeia", e que "as democracias de todo o mundo devem se manter unidas sobre esta questão".
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