Preço da gasolina cai em SP com redução do ICMS, que gera disputa no STF e divergências entre estados
Gilmar Mendes deu 24 horas para acordo entre governo e estados sobre imposto

Preço da gasolina cai em SP com redução do ICMS, que gera disputa no STF e divergências entre estados

Um dia após o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, em campanha pela reeleição, anunciar a redução das alíquotas de ICMS de 25% para 18% sobre a gasolina em todo o estado, os postos na capital paulista começaram a baixar o preço do litro do combustível.

O litro chegou a R$ 5,99 em alguns postos da capital, como o Centro Automotivo Lago Vostok, na Zona Norte, que reduziu o preço de R$ 6,46 para R$ 5,99, queda de R$ 0,47, dentro da estimada pelo governo paulista.

A Petrobras levantou R$ 9,6 bilhões com a privatização da BR, considerada por muito tempo como a 'joia da coroa'. A estatal ficou com 37,5% da empresaAgência O Globo
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A Petrobras levantou R$ 9,6 bilhões com a privatização da BR, considerada por muito tempo como a 'joia da coroa'. A estatal ficou com 37,5% da empresaAgência O Globo
A Petrobras vendeu 90% da TAG, maior transportadora de gás natural do país, para o grupo formado pela francesa Engie e a canadense CDPQ. Embolsou R$ 33 bilhõesAgência Petrobras
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A Petrobras vendeu 90% da TAG, maior transportadora de gás natural do país, para o grupo formado pela francesa Engie e a canadense CDPQ. Embolsou R$ 33 bilhõesAgência Petrobras
7 fotos Símbolo da corrupção da estatal, a Petrobras vendeu a refinaria de Pasadena, nos EUA, para a Chevron. Arrecadou R$ 1,8 bilhão com a operação, concluída em maioRichard Carson
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Símbolo da corrupção da estatal, a Petrobras vendeu a refinaria de Pasadena, nos EUA, para a Chevron. Arrecadou R$ 1,8 bilhão com a operação, concluída em maioRichard Carson
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A Petrobra firmou acordo com o Cade para sair do setor de transporte e distribuição de gás natural. A companhia deve vender sua fatia no Gasoduto Brasil-Bolívia (foto)Bloomberg News
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Em julho, a Petrobras começou a receber propostas para a venda de quatro refinarias, entre elas a Refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco (foto)Agência O Globo
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A próxima empresa a ser vendida deve ser a subsidiária de distribuição de botijões de gás LiquigásDivulgação
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A Petrobras está se desfazendo de alguns campos maduros (com produção em declínio). Já foram vendidos os campos de Pampo e Enchova, na Bacia de Campos, e o de Braúna, na Bacia de Santos (foto)Arquivo
Veja o que a Petrobras já vendeu e o que pretende vender

Na Zona Oeste, o autoposto Lar São Paulo reduziu o preço do litro de R$ 6,99 para R$ 6,19. No Centro, o Posto Baronesa, reduziu de R$ 8,89 para R$ 6,69 o litro da gasolina. Na Zona Sul, o Posto Coliseu baixou o preço do litro da gasolina de R$ 6,99 para R$ 6,49.

A rede de postos Duque, que cobrava R$ 8,89, o maior valor da capital paulista na última semana, trabalha com um aplicativo para disponibilizar descontos para os consumidores. Com a atualização do valor, o litro foi reajustado na manhã de ontem para R$ 6,69. Mas, sem o aplicativo, o litro está sendo vendido por R$ 7,19.

João Mazinho, diretor da rede, explicou que os clientes sentirão alívio no bolso de forma gradual, já que os postos ainda precisam eliminar os estoques antigos “para não terem prejuízo”:

— Se compro um litro por R$ 2 e amanhã por R$ 1, tenho R$ 1,50 por litro no estoque. O custo vai cair conforme o estoque antigo for saindo.

PIB recua ao nível de 2013. Ex-ministro Mantega negava a crise fiscal. Em 2022, Guedes pede para não subirem preços.
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PIB recua ao nível de 2013. Ex-ministro Mantega negava a crise fiscal. Em 2022, Guedes pede para não subirem preços.
Não se tinha inflação tão alta quanto a de agora desde 2003. O índice em 12 meses supera 11% e corrói a renda.
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Não se tinha inflação tão alta quanto a de agora desde 2003. O índice em 12 meses supera 11% e corrói a renda.
8 fotos A pobreza que se vê nas ruas e periferias de hoje está no mesmo nível da registrada entre 2009 e 2011.
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A pobreza que se vê nas ruas e periferias de hoje está no mesmo nível da registrada entre 2009 e 2011.
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A fome no Brasil, reduzida para 5% da população em 2014, saltou agora para 15% e atinge 33 milhões de brasileiros.
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O nível atual da produção industrial captada nas Contas Nacionais do IBGE é similar ao de 2009, retrocesso de 13 anos.
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Escolas fechadas e sem suporte aos alunos levou a evasão escolar entre 5 e 9 anos alcançar o nível de 2006.
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Em 2021, foram mapeados mais de 13 mil km desmatados na Amazônia, situação só vista em 2008.
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O consumo das famílias, motor da economia, regrediu aos patamares de 2015, e a renda domiciliar per capita a 2011.
Pobreza, fome, educação são algumas das áreas que pioraram

O Procon, por ordem do governador Rodrigo Garcia, iniciou esta semana uma checagem em 1.200 postos da capital para conferir se há cobrança abusiva de preços, mas ainda não foram divulgados os resultados do levantamento.

Um grupo de 11 estados mais o Distrito Federal entrou na terça-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação contra a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro que estabeleceu teto de 17% para a cobrança de ICMS sobre combustíveis e energia, comunicações e transporte coletivo.

Ação no STF

Eles alegam que a lei vai reduzir a arrecadação com impacto nos serviços públicos, principalmente saúde e educação. A ação dos estados veio um dia depois de o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que tenta a reeleição, ter anunciado a redução do imposto, no que foi seguido pelo governo de Goiás, abrindo um racha entre os estados.

A ministra Rosa Weber foi sorteada para ser relatora do processo no STF. Na ação, os estados pedem liminar, ou seja, uma decisão provisória antes que o caso seja analisado pelo plenário da corte.

“Trata-se de um intervencionismo sem precedentes da União Federal nos demais entes subnacionais, por meio de desonerações tributárias heterônomas, em ofensa às regras de repartição de competências postas na Constituição Federal de 1988, violação da autonomia financeira dos entes subnacionais e ônus excessivo e desproporcional aos cofres estaduais e municipais”, diz trecho da ação.

Perda maior em SP

A ação foi foi apresentada pelos nove estados do Nordeste — Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Piauí, Bahia, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará —, além de Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

Eles destacam que, em 2021, o ICMS representou 86% da arrecadação dos estados, e o imposto sobre combustíveis, petróleo, lubrificantes e energia significou quase 30% do montante recolhido por meio do imposto.

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A estimativa é que haja uma perda de R$ 86,97 bilhões. Só de gasolina, a cifra chega a R$ 29,134 bilhões. São Paulo, que não integra a ação, é, em valores absolutos, o mais afetado, respondendo por R$ 15,37 bilhões da perda.

“Não se pode admitir que, com tais medidas inconsequentes, os estados tenham suas contas comprometidas, em prejuízo do custeio da saúde e da educação, que serão os mais afetados quando a arrecadação despencar da noite para o dia, assim como serão impactados os fundos estaduais de combate à pobreza”.

Na semana passada, Bolsonaro sancionou a lei aprovada pelo Congresso que limita o ICMS sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. O presidente vetou a compensação aos estados para que estes mantivessem os gastos com saúde e educação no patamar anterior à lei.

A diminuição do ICMS pode afetar repasses federais, argumentaram, dando como exemplo o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Funbeb). “O Fundeb é composto, principalmente, de recursos oriundos do ICMS, e a complementação da União Federal a esse fundo é proporcional ao montante do ICMS arrecadado, com perdas estimadas pelo Comsefaz (Comitê que reúne os secretários de Fazenda estaduais) em torno de R$ 155 bilhões.”

Os estados também argumentaram que haverá perdas no SUS e em 16 dos 27 fundos estaduais de combate e erradicação da pobreza. Segundo os estados, as perdas nesses fundos totalizam, pelos cálculos do Comsefaz, R$ 4,855 bilhões. Em valores absolutos, o mais prejudicado seria Goiás, que não integra a ação, com menos R$ 1,193 bilhão.

Os estados avaliaram que a queda de 5% no valor global da arrecadação estadual, gatilho previsto na lei para que haja complementação de recursos pela União, é inexequível.

Efeito nas bombas

Nas bombas, o primeiro efeito será o da retirada, desde semana passada, dos tributos federais que incidem sobre gasolina, etanol e GNV. Mas tende a ser gradual, diz James Thorp Neto, presidente da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis):

— O que temos ouvido é que esse repasse (relativo aos impostos federais) ainda não é integral, porque as distribuidoras afirmam ter estoque tributado pelo regime antigo.

O mesmo deverá ocorrer com a redução da alíquota do ICMS sobre combustíveis, diz Thorp Neto, avaliando que com São Paulo e Goiás adotando o regime, outros farão o mesmo. Ele explicou que um posto tem, em geral, três dias de estoque de combustível.

A Vibra (ex-BR Distribuidora) afirma já ter iniciado os repasses da redução de impostos na sua rede de postos e demais clientes. E seguirá fazendo isso “na medida em que seus estoques forem renovados”.

A Ipiranga informou que “sempre que há novo ajuste em determinado tributo” atualiza as condições comerciais para sua rede de postos.

Perguntada sobre os estoques de combustíveis disponíveis no momento, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não respondeu. Fontes do setor estimam estoque para 15 dias. Dizem ainda que é difícil precificar os produtos, diante das indefinições sobre alíquotas e valor de referência.

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